+ Ação 3

Cantos da Cidade

Alyne Frenkiel
Lima.de
Gabriela Cardozo
Georg Vine Boldt
GGGGuto
Hélio Mattos Jr.
Luciana Shinoda
Maria Matos
Neusa Dorna
Rasèc Senun
Tora Yuki

Identidade Visual
Alê Prado

Fotos e Captação
Arthur Bandeira

Galeria Objectos do Olhar
R. Augusta 837
São Paulo – SP

“Cantos da Cidade” é a terceira ação do coletivo IGNIÇÃO, uma reflexão sensível e provocativa sobre os desafios urbanos contemporâneos.

A cidade é nossa,
mas que histórias ela conta?

A exposição aborda os atuais dilemas urbanos através de uma exploração emocional e poética. Segundo o filósofo britânico, David Harney, “O direito à cidade é muito mais do que a liberdade individual de acessar recursos urbanos: é um direito de mudar a nós mesmos, mudando a cidade”, nesta ação, os artistas exploram os sentimentos que estão indissociavelmente ligados às transformações velozes dos nossos ambientes urbanos e como estes ambientes tem a capacidade de transformar algo para todos.

Cada obra individualmente revela os ‘cantos’ escondidos e as narrativas não contadas das nossas cidades. O espectador é convidado a desvendar essas histórias, a sentir a tensão entre a velha e a nova cidade, entre o lar e o estranho, entre o familiar e o desconhecido.

“Cantos da Cidade” é um convite para refletir sobre o nosso lugar nestes cenários em constante mudança, sobre o papel que exercemos na sua construção e a nossa relação com eles. Neste contexto, a exposição oferece um retrato sensível e comovente da urbanidade, e, simultaneamente, um questionamento sobre o seu futuro.

 

Artistas

Alyne Frenkiel

Bicicletas
Série de 9 fotografias – Jato de Tinta sobre papel Matt Fibre 30 x 50cm

Em “Bicicletas”, a Artista explora a multiplicidade de sentidos de um discreto e especifico recorte realizado numa de suas andanças pelo mundo, plena de observações e tomadas de nota dos pequenos acontecimentos que muitas vezes são despercebidos e resultam esquecidos. Realizado no contexto urbano de uma grande cidade qualquer, sem nome ou localização exatas, “Bicicletas” traz ao primeiro plano de observação um enquadramento incomum, onde o jogo de focos estabelece bases para  interpretação. No conjunto apresentado, a aparente tautologia revela de maneira sutil a tensão das relações entre a ordem, a repressão, o desejo de liberdade, crenças e esperança, os códigos de convivência, mas antes e sempre, denota o regimento, sutil e brutal ao mesmo tempo, das nossas relações no coração da urbe.

Lima.de

 .metapôster 2021
técnica mista – manipulação digital (fotografia, grafite, aquarela sob papel algodão, vidro com água, acrílica, marcador) 40x80cm – painel – impressão em Hahnemuhle Daguerre Canvas 400gsm

A partir do conceito de METAFICÇÃO e das NARRATIVAS EM ENCAIXE se apresenta o .metapôster. Obra multiplataforma criada com fragmentos de processos feitos ao longo dos anos – desde escritos feitos ainda na infância. Entre fotografia, gif e texto, o trabalho é composto por uma série de 10 peças.

Episódios, 2ª temporada
Técnica mista.

A série Episódios apresenta a viajante-caminhante e seu relato sobre a cidade. Diante da perspectiva da reprodutibilidade da experiência urbana (uma alusão ao conceito da reprodutibilidade técnica de Walter Benjamin), a série evidencia o diálogo entre sujeito e espaço ao materializar o trânsito da memória e do registro fragmentado no processo de percepção do espaço urbano. Integram a 1ª temporada: uma vídeo-performance, três pinturas, seis fotografias, três postais e uma mala.

Para esta exposição, a série ganha novos diálogos. A partir da leitura do ensaio “A bagagem do viajante” de José Saramago, a experiência se multiplica. Na mala da viajante-caminhante são adicionadas outras experimentações, desde cadernos de viagem à composições de outras séries.

1. Trabalhos da mala
2. Sobretudo Então, entornos – coleção: Reconstruções citadina 
3. Episódios 1ª temporada, 2020, vídeo-performance, 2min 57s. Áudio: edição da música Lightstream – Siddhartha Corsus.

Qual a escrita do entorno? 
Giz sob parede, intervenção. 

É possível transcrever a forma arquitetônica em palavra? Como escrever uma parede? Eis, aqui, uma tentativa de transcriação do espaço.

Hélio Mattos Jr.

Re-Cantos 2023
Serigrafia sobre papel algodão Canson Edition 
250 g/m², 56 x 76 cm

“Meu samba não se importa que eu esteja numa de sentar no meio-fio não querendo nada, de cheirar pelas esquinas minha flor nenhuma.”

(Des)norteado pelo samba do Paulinho da Viola, nas perambulações pelo centro de Vitória, tropeço em imagens. Calçadas, vestígios, rastros. Do chão da cidade, as fotos foram para o tabuleiro do instagram, de lá para sucessivos reprocessamentos e capturas de tela dos quadradinhos e interstícios brancos, gerando ruas, teias, mapas. Tal cartografia se materializou nos livros de artista quase zines de “Olhar a cidade me acalma – Re-Corte (((Olho-Ilha)))”, que realizei na pós-graduação d’A Casa Tombada “Caminhada como Método para Arte e Educação”, coordenada por Edith Derdyk, com assistência de Luiz Roberto Lima Barbosa.

Chego a um novo desdobramento deste processo híbrido, impuro e sem fim, com duas obras. Uma, o chão. Outra, o mar e uma estrutura em ruínas do antigo aquaviário, com a fragmentação das imagens formando paisagens imprecisas, vagas, como em outra canção do Paulinho.

“Mexo e remexo, e me perco e adormeço, nas ruínas da cidade submersa, sonhando um mar que não conheço, como não conheço as ondas do meu coração.”